Um grupo de advogados está defendendo que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) mude seu nome para uma forma mais neutra que inclua as mulheres. A iniciativa foi formalizada pelo Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFam) em outubro de 2020, mas ainda não obteve resposta. Com o aniversário de 90 anos da OAB, o instituto planeja retomar a questão.
Maria Berenice Dias, advogada, desembargadora aposentada e vice-presidente do instituto pontuou que depois de todo esse silêncio injustificável, o IBDFam vai novamente pedir à direção nacional da OAB.
Dias argumenta que não há mais justificativa para uma organização que representa a advocacia do Brasil ser denominada por um nome masculino. Ela aponta outros conselhos federais que usam o nome da profissão em vez do gênero dos profissionais, como o Conselho Federal de Medicina, o Conselho Federal de Psicologia e o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia.
O IBDFam argumenta que não faz sentido usar o gênero masculino como neutro. “Hoje não mais se admite esta neutralidade para a inclusão das mulheres”, afirmou o documento assinado por Rodrigo da Cunha Pereira, presidente do instituto, Marisa Gaudio, secretária-adjunta da Comissão da Mulher Advogada da OAB, e por Maria Berenice Dias.
Segundo a OAB, todos os pedidos anteriores serão analisados. “A atual gestão da OAB, iniciada em fevereiro de 2022, é a primeira a ter a paridade de gênero implementada e tem como prioridade atuar por condições dignas de trabalho para toda a advocacia, o que inclui consolidar a paridade e combater o assédio contra advogadas”, afirmou a entidade.
Atualmente, as mulheres são a maioria no quadro da advocacia brasileira, com 675.921 advogadas inscritas, em comparação a 648.151 advogados.
Fonte: Estado de Minas.