Na sessão da Sexta Turma do STJ realizada na última terça (10) o ministro Sebastião Reis Jr. ressaltou, mais uma vez, a necessidade de utilização de câmeras corporais por policiais no Brasil.
Sebastião já manifestou algumas vezes sua indignação com processos instruídos apenas por versões contadas por policiais e acusados. Para ele, a utilização de câmeras resolveria o problema e facilitaria o trabalho do Judiciário, já que vídeos possibilitam que qualquer um entenda e afira a real dinâmica dos fatos.
E o ministro tem razão. Já passou da hora de começarmos a repensar processos alicerçados somente nas palavras de policiais.
A uma, pois tiraria dos agentes a responsabilidade de ter que se lembrar dos detalhes de cada uma das diligências que participam. É cruel esperar que um ser humano, principalmente aquele que trabalha combatendo crimes, tenha a memória de um computador.
Todas as profissões que demandam o armazenamento de grandes quantidades de informações já estão delegando tal tarefa à tecnologia. Isso também precisa ser feito nas polícias.
A duas, pois um processo penal realmente democrático e justo não pode depender de versões narradas por pessoas, sob pena de aumentarmos em muito as chances de condenações de inocentes.
Provas, sobretudo no âmbito criminal, precisam ser contraditadas. Com câmeras, a tarefa de entender quem está contando a verdade fica bem menos hercúlea.