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Hebert Freitas
Hebert Freitas é coordenador do Síntese Criminal e advogado pela Universidade Federal Fluminense. Siga no Twitter/X: @freitashebert_

No Supremo, OAB sobe o tom contra delegado que transcreveu conversas de advogado

Peça endereçada ao STF foi assinada pela diretoria do Conselho Federal da OAB e pelos 27 presidentes de seccionais
Reprodução.

“A violação das prerrogativas dos advogados fere de morte as garantias constitucionais da sociedade, e isso jamais será admitido pela Ordem dos Advogados do Brasil, devendo haver punição contra quem quer que o faça, independentemente da cadeira que ocupe e da natureza e gravidade dos supostos crimes apurados”.

  • Esse é um trecho da petição em que o Conselho Federal da OAB requer ao STF providências contra o delegado da Polícia Federal, que captou e transcreveu diálogos do advogado Ralph Tortima com seu cliente no inquérito que apura supostas agressões sofridas pelo ministro Alexandre de Moraes e sua família em Roma.

  • Em uma demonstração de união e força, os 27 presidentes das seccionais da OAB também assinaram o documento.

O que diz a petição?

Na peça, o CFOAB ressalta que os diálogos entre advogado e cliente captados e acostados aos autos da investigação pelo delegado da Polícia Federal “acarretaram em violação ao direito à confidencialidade da comunicação entre o profissional e o investigado”.

  • No documento, a OAB esclarece que as prerrogativas da advocacia visam “resguardar a ampla defesa dos cidadãos, garantindo-se a preservação de todas as informações que envolvem a atividade”.

  • A petição pontua, ainda, que o caso não contemplava a exceção prevista pela lei, que autoriza a quebra de sigilo entre o advogado e o cliente quando houver indícios de crime cometido pelo profissional.

  • “Imperioso recordar que o sigilo profissional recebe alicerce no art. 1544 do
    Código Penal e no art. 207 do Código de Processo Penal. Qualquer investigação que viole o sigilo entre o advogado e o cliente acarreta em limitações ao pleno exercício do direito de defesa”, arrematou a OAB.

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