“O Globo” cobra que STF julgue logo descriminalização dor porte de drogas para uso: ‘guerra às drogas ceifa milhares de vidas’

Citando importante e recente estudo do IPEA, o jornal afirma que o julgamento da constitucionalidade do porte de drogas para uso pessoal pelo STF é fundamental
Foto: Nelson Jr./SCO/STF.

O Jornal ‘O Globo’ publicou nesta terça (27) um editorial em que narra os prejuízos das guerras às drogas no Brasil e cobra do Supremo Tribunal Federal a retomada do julgamento do recurso que trata da (in)constitucionalidade do porte de drogas para uso pessoal.

No editorial (peça jornalística que possui tom opinativo que apresenta o posicionamento de um veículo de imprensa), o ‘O Globo’ lança mão de um estudo publicado recentemente pelo Ipea. Nele, o instituto mostra que a guerra às drogas no Brasil reduz 4,2 meses na expectativa de vida dos brasileiros e representa um custo de R$ 50 bilhões anuais – valor que equivale a 0,77% do PIB e mais da metade do valor reservado para o Bolsa Família.

O Jornal afirma que os efeitos nefastos são visíveis no dia a dia. “Por todo o país, vastas extensões dos territórios, especialmente nas comunidades pobres, são subjugadas e exploradas por facções criminosas que impõem suas leis perversas. Por décadas, o enfrentamento dessas quadrilhas, baseado mais na força bruta que na inteligência e no planejamento, tem resultado em homicídios, com perda de vidas de policiais e inocentes”, afirma.

O posicionamento é uma surpresa, já que o ‘O Globo’, há 8 dias, publicou um outro editorial em que cobra do Supremo Tribunal Federal a declaração de inconstitucionalidade do juiz de garantias, ferramenta indispensável ao fortalecimento de um modelo de justiça criminal mais justo no Brasil.

Em relação à Lei de Drogas, o jornal afirma que a criminalização do porte de drogas para consumo pessoal é sem sentido e que a atual legislação deixa “a interpretação ao sabor das inclinações de policiais e juízes”.

O jornal afirma, por fim, que a retomada do julgamento da constitucionalidade do porte de drogas para uso pelo Plenário do STF é fundamental.

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