Preso há 09 anos, Leandro Boldrini passará por novo julgamento. Promotora do ‘caso Kiss’ atuará no júri. Veja como funcionará

Leandro Boldrini está preso preventivamente desde 2014. Julgamento será transmitido ao vivo pelo Youtube
Reprodução TJRS

O médico Leandro Boldrini será submetido a um novo julgamento no próximo dia 20 de março de 2023, no Foro da Comarca de Três Passos, no Noroeste gaúcho. O júri será transmitido ao vivo pelo canal do TJRS no YouTube, e os veículos de imprensa credenciados poderão acompanhar os trabalhos, que serão realizados no Salão do Júri, a partir das 9h30min. A Juíza de Direito Sucilene Engler Audino presidirá a sessão. Estará na bancada da acusação a promotora Lúcia Helena de Lima Callegari, que ganhou fama após atuar no polêmico julgamento da Boate Kiss.

O caso refere-se ao desaparecimento e morte de Bernardo Boldrini, de 11 anos, em Três Passos, em 04 de abril de 2014. Seu corpo foi encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova vertical em uma propriedade em Frederico Westphalen. Seu pai, Leandro Boldrini, e sua madrasta, Graciele Ugulini, foram presos como suspeitos do crime, juntamente com a amiga de Graciele, Edelvania Wirganovicz, e Evandro Wirganovicz, suspeito de ter preparado a cova.

De acordo com a acusação, Leandro teria sido o mentor intelectual do crime, motivado pela herança deixada pela mãe de Bernardo, Odilaine. A acusação alega que Leandro e Graciele consideravam Bernardo um estorvo para a nova família e ofereceram dinheiro para Edelvania ajudar na execução do crime. Bernardo teria sido levado para Frederico Westphalen com a madrasta para ser submetido a uma benzedeira e acabou morto por uma superdosagem de Midazolan. Leandro teria feito um falso registro policial do desaparecimento do menino para encobrir o crime.

Em 2019, Boldrini foi condenado a 33 anos e 8 meses de prisão por homicídio, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Graciele Ugulini foi condenada a 34 anos e 7 meses de reclusão, Edelvania Wirganovicz a 22 anos e 10 meses, e Evandro Wirganovicz a 9 anos e 6 meses.

No final de 2021, o julgamento de Leandro Boldrini foi anulado pela 1ª Câmara Criminal do TJRS por quebra da paridade de armas durante o interrogatório do médico. A defesa não teve a oportunidade de se contrapor às argumentações feitas pelos Promotores de Justiça. Leandro Boldrini está preso preventivamente desde 2014.

O funcionamento do júri (com informações do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul)

Novo júri
O novo julgamento de Leandro Boldrini está previsto para começar na segunda-feira, dia 20/03/23, a partir das 9h30min, no Salão do Júri do Foro da Comarca de Três Passos. A previsão de duração é de três dias.

Atuação

Além da Juíza-Presidente, Sucilene Engler Audino, atuarão na defesa os Advogados Ezequiel Vetoretti e Rodrigo Grecellé Vares. O Ministério Público será representado pela Promotora de Justiça Lúcia Helena de Lima Callegari e pelo Promotor de Justiça Miguel Germano Podanosche.

Capacidade
São 49 lugares na plateia do Salão do Júri, sendo distribuídos da seguinte forma:

– 02 lugares reservados para o Ministério Público
– 20 lugares reservados para a imprensa
– 20 lugares reservados para o público em geral
– 02 lugares para deficientes físicos
– 05 lugares reservados para uso a critério da Magistrada Presidente

Para a defesa, existem 7 lugares destinados exclusivamente para seu uso no plenário.

Testemunhas
Ao todo, serão ouvidas 10 testemunhas. Pela acusação, foram arroladas cinco pessoas: as Delegadas de Polícia que atuaram no caso, uma Psicóloga e uma vizinha que cuidava de Bernardo com frequência. Todas já ouvidas no julgamento realizado há quatro anos.

A defesa de Leandro solicitou a oitiva de seis testemunhas. São ex-funcionários do médico, que trabalharam com ele em casa, no hospital ou na clínica, e também um primo dele.

A ex-secretária de Boldrini, também já ouvida no júri anterior, foi requisitada pelas duas partes.

Sorteio dos jurados
O sorteio dos jurados foi realizado em 16/02/23, houve um complementar em 06/03/23, sendo convocados 50 pessoas, dentre as quais serão sorteados sete jurados para compor o Conselho de Sentença.

Fonte: Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

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